VEREADOR VÊ INDÍCIOS DE CORRUPÇÃO EM TANGUÁ

Nas câmaras municipais os vereadores são livres para fazerem suas respectivas escolhas políticas. Alguns aliam-se à base governista e outros aderem à oposição. As divergências de percepção, de conceitos e de opinião são legítimas, compreensíveis e até saudáveis, sobretudo, pelo espírito democrático prevalecente nos debates. Ilegítimo, incompreensível e intolerável, no entanto, é um vereador que no ato da cerimônia de posse jurar defender os interesses da coletividade junto ao governo, desonrar esse compromisso institucional e “arrendar” seu mandato ao prefeito em troca de algum beneficio ou favorecimento pessoal. Lamentavelmente, essa é a realidade dos fatos.
Na maioria absoluta dos municípios fluminenses os vereadores são comprovadamente venais. Quando se reúnem com o prefeito, à portas fechadas, comportam-se como ‘garotas de programa’ e se vendem como mercadoria barata. Normalmente, exigem cargos no governo ou contratos administrativos (sem licitação ou com licitação fraudulenta) direcionados a empresas indicadas por eles. Em troca, assumem com o prefeito o compromisso de não questionar, não criticar, não fiscalizar nem denunciar quaisquer atos administrativos obscuros e obscenos que publique em Diário Oficial. É triste, é desanimador, é desalentador, mas é a verdade. Nas 92 casas legislativas fluminenses, a coisa mais rara do mundo é encontrar um vereador que honre e dignifique, integralmente, o voto que recebeu do povo. E quando nós da imprensa deparamos com um parlamentar com essa estatura moral, temos o dever de destacar sua conduta. É o caso do vereador Delson Franco (PP), do município de Tanguá.
Disposto a apurar a lisura dos contratos administrativos supostamente irregulares assinado entre a Prefeitura e algumas empresas que prestam serviço ao município, ele recentemente usou a tribuna para solicitar apoio dos colegas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais irregularidades em alguns contratos assinados pela Prefeitura, especialmente, os que envolvem a empresa Scalle Construção e Reformas (CNPJ 19.024.253/0001-23), cujo sócio-administrador é o empresário Paulo Roberto NOLASCO de Souza.
O requerimento para instauração da CPI será analisado pela Mesa Diretora da Câmara Municipal e caberá ao presidente, vereador Serginho do Pinhão, decidir pela abertura ou pelo arquivamento. Nos quatro cantos da cidade a pergunta que não cala é a seguinte: será que ele tem a necessária independência política para expedir um parecer imparcial sobre o tema?